Quem é você? ---- Autoconhecimento # 3

Quem é você?

(Parte 1: Começando a jornada)
(Parte 2: Ilusão e Realidade)

     Já aprendemos que para evitar frustrações, a primeira atitude necessária é viver segundo a realidade. Essa realidade inclui o mundo exterior e pessoal.

     Nós flertamos e namoramos com a fantasia, no entanto, mais cedo ou mais tarde, casamos mesmo é com a realidade. Ainda que vez ou outra a gente volte a traí-la.

     A realidade é a vida como ela é. É tudo o que as coisas são e que nós somos, independente dos nossos desejos, expectativas e percepções otimistas ou pessimistas que temos sobre nós ou sobre o mundo. Nunca devemos esquecer disso.

     Mas, como já falamos da realidade do mundo exterior no último post, vamos focar agora no mundo pessoal.  

     Quem é você? 

     Vamos destrinchar isso em três pontos:

1) Você não pode tudo o que pensa

     "Tudo posso se acho que posso", "Querer, poder e conseguir", "Peça, acredite, receba!".

     Já ouviu muito disso por aí?

     Esqueça tudo isso, por mais que lhe pareça bonito e inspirador. A vida real nunca funcionou e não funciona assim. A mágica só existe nos contos de fada e nos filmes de super-heróis da Marvel e da DC.
     
     Duvida? Pare e pense um pouco.

     Você nasce onde não escolhe, numa família que você não pediu, em condições materiais não planejadas. Paremos aqui. Você já deve ter uma ideia do quanto só esses três aspectos influenciaram sua vida, não é? Mas, vamos adiante:   

     A educação que você recebeu não foi a ideal. As pessoas com quem teve de conviver não eram as mais adequadas e incentivadoras. Você inicialmente não sabia quem estava contra ou a seu favor, intencionalmente ou não.
     Você tinha de agir e reagir a elas, tentando ao mesmo tempo interpretar e saber quem era amistoso e quem lhe era hostil, o que você de fato queria e o que você não queria.
     O seu "arsenal de guerra", com a qual lidava com essa realidade complicada, também ia sendo montado a partir das mesmas condições caóticas à sua volta. Seus primeiros "contra-ataques" foram péssimos ou na execução ou no resultado: na hora dos tiros, você derrubava amigo e inimigo.
     Está vendo a complicação que foi (e ainda é) para você se firmar no mundo? Mil conselhos, mil caminhos, e você perdido.

     E quanto ao seu o ambiente? O local em que você esteve ou está nem sempre é fértil para o desenvolvimento dos seus sonhos e projetos. 
     Às vezes pode servir apenas para enterrar toda a sua vida. Ou podem haver ali elementos, simultaneamente, ajudando e impedindo que você avance mais rápido rumo ao que deseja.

     E tudo isso acontece enquanto o tempo vai passando, implacável, imparável e insensível. Tantas chances se perdendo. Oportunidades únicas se dissolvendo. E você tentando se encontrar, se recuperar, se fazer, não desanimar... desanimando, se reinventando, tentando viver. E o tempo simplesmente passando...

Quem é você? O que quer? Aonde vai?

     Deu para entender?
     Fazemos de nós o que dá.  
     E fazemos quando dá. 
     E isso como dá.

     Quem a gente queria ser, o que queríamos alcançar e onde sonhamos chegar, fica sempre aquém do esperado, não é?
     É, pelo visto o nosso "poder" parece bem reduzido depois dessa pequena reflexão. 

     Claro, você pode reagir dizendo que ainda é possível acreditar, imaginar, fantasiar com algo mais: "O que é meu está guardado!", "Ainda não chegou a hora", "Há tempo para tudo", etc...

     Mas, sejamos sinceros: você já percebeu que essas são apenas um monte de frases de efeito que falamos para nos animar e animar aos outros, uma vez que é insuportável aceitar que a maior parte do que perdemos é irrecuperável.

     Claro que aqui ou acolá uma ou outra chance pode ressurgir e estejamos mais preparados para agarra-la e aproveitá-la.

     Mas na maioria das vezes não é assim. As oportunidades resultam sempre numa combinação de elementos que não mais se repetem na mesma configuração. 
     Perda é perda. Temos de aceitar.

2) Você não sabe tudo o que pode

      Por isso, é cedo para desanimar!

      Só precisamos saber o que não podemos antes de começar a olhar para o que realmente somos capazes de fazer. E ainda se pode fazer muito. Muito mesmo. 
     Mas muito quanto?
     Aqui começa a aventura!

    Não existe resposta pronta e nem medida exata do que você pode e aonde você vai chegar. Tudo vai depender da mais perfeita combinação que você puder fazer entre:

    

     Quem você é - É a pergunta chave do autoconhecimento. Se você não sabe quem é, você não tem identidade e será sempre um papel ao vento das opiniões. 
     Investigue-se sobre gostos, preferências, interesses. 

     De que ambientes gosta? Que tipo de filmes? O que leva você perder a noção do tempo quando está fazendo? 
     
     Quanto mais ampla a investigação, mais de si você saberá ao final do processo.

     O que você quer - Objetivos a atingir, aonde quer chegar.  Se você não sabe o que quer e aonde quer chegar, você já está perdido. 
     Então, a partir de quem você é, defina o que você quer ter e aonde quer chegar. 
     É clichê, mas onde você espera estar daqui 2 anos? 
     Quem sabe o que quer, sabe o que fazer para obter.

     Quais são seus recursos - As condições pessoais e externas para fazer. 
     O como fazer dependerá de um preciso e progressivo autoconhecimento. 
     Os recursos são uma mistura das condições realistas pessoais e ambientais . 
     Quanto mais você conhece e reconhece da realidade dos fatos, mais você se aproxima do êxito em seus projetos. Nem tudo é alcançável, mas muito é possível.

Você pode muito!

     Como se nota, isso é um projeto de vida e não algo que você executa seguindo "dez lições" de um livro qualquer.

3) Você só SERÁ alguém se for diferente

     

     Para você SER alguém, pessoal, social ou profissional, a característica indispensável é a singularidade.
     
     A originalidade não tem a ver com os elementos que se utiliza, mas com a forma única como se trabalha e se entrega o produto final.

     Há muitos blogs de autoconhecimento. Talvez a grande maioria deles use os mesmos elementos que se usa aqui.

     Mas é o modo único como cada um faz isso que destaca cada um deles. 
     É a partir dessa experiência que vamos construir a ideia de que para SER alguém, você precisar agir e se comportar diferente. 

     E o conceito é simples: se for para você ser só como todo mundo é, qual o sentido de fazer? 

     

     Percebeu por que receitas prontas não servem para você? Porque todos seguem a mesma fórmula. E todos fazendo do mesmo jeito a tendência será todos ficarem iguais. E aí só vai se destacar quem - olha só! - se diferenciar. 

     Eia a boa notícia: você não precisa imitar ninguém e fazer tudo como todo mundo faz para ser feliz. É exatamente o contrário.

    E sabe qual é a primeira vantagem ou recompensa que logo de partida você obtém por ser e viver diferente? 

     A liberdade. 

Diferença faz a diferença!

      Isso mesmo. A liberdade de ser, fazer, criar, inovar, renovar, repetir algo sem ter de dar satisfação a ninguém. Porque você não estará preso a fórmulas, projetos, modelos pré-estabelecidos! 
     Ou seja, é ser livre para se ocupar apenas com quem você é. Sem se preocupar com o que "os outros vão falar" amanhã, na rua, na mídia. 
     E já que eu falei de mídia, vamos a um exemplo de pessoas que são bem sucedidas, ricas e bonitas para quem tudo parece ser fácil: os artistas.

     Sim, estar na da mídia é legal. Conforto material e destaque social são inegáveis. Mas tudo tem um preço. 

     Embora esses artistas do cinema, da TV ou da música, arrastem multidões, eles não são livres. Os holofotes estão sempre sobre eles até quando eles não querem. Ganham muito dinheiro, mas às vezes são obrigados a continuar participando de projetos com os quais já não se identificam. E isso com o tempo se torna insuportável. 

      Por que você acha que tantos deles se viciam em drogas pesadas?

     Já pensou seguir um caminho próprio, cujos objetivos são determinados por você? Maravilhoso, não é mesmo? 

     Você só precisa se assumir, "se bancar", como diria o psicólogo Luiz Antônio Gasparetto.  

     Tá, nós sabemos que essa parte não é tão simples e precisa realmente ser muito bem trabalhada. Todavia, uma vez isso resolvido, o seu sucesso, nem que seja "apenas" na arte do autoconhecimento estará garantido.

     Então, como fazer para se ter uma vida boa e não ser apenas mais um a passar pelo mundo rumo à morte?

    É disso que vamos tratar no próximo post!

     Até mais!

     "Não há caminho, o caminho se faz ao andar"