As 4 fases da mentalidade expansiva

Olá, pessoal desbravador!

A vida lhe aguarda!

       Viver de modo pleno requer um espírito determinado de aventura e de exploração. Para ser bem sucedido nesse caminho, com aquela "vibe", no entanto, você vai precisar entender que as coisas nem sempre seguirão um movimento tranquilo rumo à felicidade.
       A mentalidade expansiva para se fundamentar e amadurecer, necessária e intrinsecamente, passa por várias fases, com as quais nem todos sabem lidar e assimilar adequadamente. 
       Sendo assim, antecipando o desconforto que essa jornada trará a todo e qualquer desbravador de primeira viagem (e não só a eles), vamos elencar as 4 fases principais do processo mental expansivo.

1 - A empolgação: 

       É a fase das descobertas. E tudo o que é novo é novidade. Qualquer experiência ou objeto parece possível, bastando esticar a mão para alcançar. 
       As coisas funcionam de maneira tão fácil que você chega a pensar: "Por que demorei tanto para tentar e viver isso? Que demais!". 
       A impressão é que o mundo estava esperando você para a festa começar. Tudo o que você tenta e ousa fazer dá certo, e ainda facilita novas possibilidades. 

       Você se declara para aquela pessoa, e não só é correspondido, como garante um namoro. Em pouco tempo a sua vida afetiva muda da água para o vinho.

       Você propõe mudanças no trabalho e, além dos chefes e colegas acharem as suas ideias fantásticas, elas rapidamente são implementadas.
       
       Se você assume técnicas novas de venda ou se resolve ousar e diversificar no seu negócio culinário, os efeitos são tão mágicos que logo você já é o treinador da equipe ou começa a ver as encomendas triplicarem. 

       Convites para festas, eventos  e projetos surgem de todos os lados, já que você se mostra tão simpático, positivo e "dono de si" por onde passa. 
                     
       A alegria gerada pelos seus êxitos inesperados é tão grande que você nem dorme. A sua energia é incessante. E isso gera meio que uma hipnose sobre as pessoas, que querem estar perto e seguir você. Você está com tudo.

       Como você foi tolo em esperar todo esse tempo para se abrir e conquistar esse mundo tão amistoso e cheio de oportunidades que agora desfilam diante dos seus olhos, você pensa.

       Se sua vida fosse um filme de ficção de Hollywood, a sua sensação seria como a do Super-Homem, ao descobrir a extensão dos seus poderes:

      Assim como o personagem do vídeo, você tem os pés no chão, mas faz dele apenas uma base, um trampolim para se lançar cada vez mais longe em seus objetivos. 

       Será que há limites para o que você ainda pode fazer? 
       Não, nem o céu é o limite. O mundo é seu. Você imagina e logo realiza. 
       Há uma festa lá fora e o convidado de honra é você. 
       Era mesmo verdade aquele aforismo: 

"Quando queremos o que quer que seja o universo inteiro conspira a nosso favor".

       Até essa fase e a esse ponto, todos os livros tradicionais de autoajuda e motivação são capazes de trazer você.

       Mas, as coisas começam a mudar de figura.

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2 - A desorientação

       "Estava bom demais para ser verdade", é a primeira coisa que você começa a pensar, logo que entra nessa fase. 

       De repente, todos os seus poderes parecem enfraquecer. Os seus voos não lhe levam mais tão longe. As vitórias acontecem mas já não parecem tão grandiosas e impactantes. E a Cinderela que você julgava ter se tornado, dá lugar novamente a gata borralheira.

       Os seus projetos ou empacam ou naufragam. Aquelas pessoas interessantes e interessadas pararam de lhe procurar e ligar. Mesmo os admiradores e seguidores de suas novas ideias e "estilo de vida", com quem você achava que garantiria uma parceria duradoura, desaparecem. 

Não se desespere!

      A verdade é que de frustração em frustração a vida de sonhos que se construía vai se transformando num mar de desilusões. A desorientação vai se apoderando de você. 

      É nessa fase que consciência e distorção sobre os fatos da realidade se misturam. Dúvidas e questionamentos de todo tipo invadem a sua mente. "Será que exagerei na dose?", "Será que todos estavam fingindo?", são considerações recorrentes.

       Talvez a sua estratégia de sedução não fosse tão interessante e a paquera desistiu depois de conhecê-lo melhor (às vezes no dia seguinte ao encontro!). 

       As pessoas que você conheceu naquela viagem, festa ou evento da empresa e que pareciam tão admiradas com você, sumiram. Será que só estavam "fazendo tipo"?

       A apresentação na empresa talvez não tenha sido tão técnica quanto você pensava ter sido e por isso foi ignorada e desconsiderada.

       A realidade fria e avassaladora enfim se revelou. O sonho foi alto demais. 
      Não demora para aqueles velhos obstáculos (tratados aqui) se levantarem dentro de você. Resta somente recolher-se à sua insignificância de sempre. "Zona de conforto, aí vou eu". E vai você descendo mais um degrau na auto depreciação.

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3 - A reavaliação 

       Se você continuar se questionando com lucidez e sensibilidade, exercitando o autoconhecimento, invariavelmente você chegará até aqui. Essa é a fase da consideração realista dos seus verdadeiros recursos e condições. 

       A realidade é um complexo novelo de elementos interconectados. Você é parte dela, com seus sonhos, projetos, interesses e condições. 
       Mas, para complicar esse pacote, desse conjunto fazem parte também os limites internos e externos, materiais, pessoais e temporais que impedem a realização dos seus objetivos.
       Em outras palavras, o que de fato contribuiu para que as suas ações dessem certo ou errado, dependeu e dependem, de circunstâncias que vão além dos "seus poderes".

       Rastrear precisamente a intrincada relação dos elementos que teceram as diversas situações em que você se mete ou se meteu não é possível. 
       Mas cabe considerar friamente algumas possibilidades explicativas dos seus fracassos e fazer algumas conjecturas.
       
       Ok, é verdade que suas estratégias naqueles projetos pessoais ou profissionais, podem não ter sido as mais adequadas e certeiras. Temos de considerar esse primeiro nível de explicação.

       Todavia por que não pensar que podem haver outras razões mais profundas? 

Pare, olhe e reflita!

       O seu poder de sedução é notável. Mas se aquela pessoa sumiu da sua vida pode ter sido por algum problema pessoal (ou por estar a fim de outro alguém) e por isso preferiu não passar da primeira noite. 
       Você pode ter sido uma "boa companhia", mas não seria o relacionamento ideal para ela. Às vezes aceitamos participar de situações porque não temos nada melhor para fazer. Quem sabe se esse não foi o caso?

       O seu projeto ou seu currículo foi bem avaliado. Apenas por um elemento qualquer - e que você jamais saberá qual - foi superado por outro que se encaixava melhor no perfil do cliente ou do chefe. 
       No mundo do trabalho, por exemplo, o critério de escolha nem sempre é profissional. Isto é, por melhores que sejam as suas ideias e experiências, as da moça de curvas generosas ou o sorriso largo do outro candidato eram muito melhores.

       Você tinha um projeto de negócio incrível. Um amigo elogiou e se animou em desenvolvê-lo. Para definir os detalhes, vocês marcaram uma reunião. Mas, dias depois, ele desistiu sem maiores explicações.
       Oras, vai ver que ele percebeu que o projeto era grande demais, ele é inseguro, e resolveu pular fora enquanto era tempo. Ou ele é um tratante e só agora você descobriu. E se ele nunca quis de fato fazer nada? Novamente o problema estava lá fora.
       
       Tenha sido quais forem os elementos da realidade que produziram a sua frustração, grande parte deles sempre vão estar além da sua previsão, controle ou total compreensão.

       Às vezes você faz tudo direito, mas os interesses da empresa, da paquera, do amigo são outros e os seus planos vão naufragar. 

       E você já considerou os incontáveis obstáculos naturais, que podem bagunçar todo o seu coreto? 
      Doenças, acidentes, mudança brusca do clima, a idade que avança. Quantos projetos, planos e sonhos não são interrompidos ou mesmo exterminados por algum desses fatores incontroláveis? Nem o indivíduo com a mente mais expansiva consegue contornar todos eles.
       E você já sabe, se acompanha o nosso blog, que se tem algo impossível de controlar e manipular é o imponderável, aquele conjunto de eventos acidentais da vida que nos surpreendem, geralmente de modo negativo.
       
      Eis o ponto: nem sempre a culpa será sua, dos seus defeitos ou das suas limitações pessoais. Algo maior do que você, vindo de fora, das coisas e dos outros, pode ser a verdadeira razão para as suas perdas e fracassos.

       Tudo o que você precisa entender simplesmente é: você não vai dar conta de tudo sempre!

       E é por isso que o pessimismo não faz sentido, assim como o otimismo também não. Nem tudo é péssimo e nem tudo é ótimo o tempo todo e todo o tempo. 
       As coisas podem começar bem, irem caindo e se tornarem péssimas. Outras coisas começam mal, vão melhorando e se otimizam. 
       

4 - A transcendência

       E enfim chegamos a fase tão esperada para aqueles que perseveraram: a hora de fazer as pazes com a realidade. 

       A transcendência: reconhecer as possibilidades reais e os limites naturais, perceber que dá para continuar, ainda que por vias alternativas, e atingir os objetivos.
       
       Você transcende a si mesmo quando se dá conta dos seus limites e, apesar disso, se mantém no encalço da vida ideal possível.

       Nessa fase, você saberá que as pessoas podem ver coisas boas em você que são apenas projeções de suas fantasias. Assim como o que você pensa das pessoas ou das coisas pode ser bom, mas não ser real. 
       Substituir a fantasia pela pela realidade faz toda a diferença no processo do crescimento pessoal. 

       Não interessa o que você, os outros e o mundo pensam ou esperam da realidade. O que interessa é o que você, os outros e o mundo, de fato, são e oferecem de verdade!
       Compreender isso é a forma mais saudável de evitar frustrações. Pode não parecer muito glamouroso, mas é a verdade. A genuína sensação de felicidade começa aqui. 

       Quando você faz tudo o que sabe que pode - consciente da extensão das suas capacidades - mas não consegue o sucesso pretendido, você percebe que chegou num limite, ainda que seja temporário. E sossega.
       Você sossega porque agora sabe até onde pode ir, que pode se preparar melhor para conseguir ir um pouco além amanhã ou daqui a um tempo. 
       Você vai se dar conta também que há coisas que estarão sempre além do alcance. O reconhecimento de seus limites torna o seu crescimento pessoal mais consistente.

       Agora a maturidade está com você e isso torna as suas possibilidades (e impossibilidades) mais claras. A fase da auto afirmação, do fazer para mostrar que pode, já terá passado.

       Transcender não é ir além de suas possibilidades, mas, antes, ir além da sua visão ilusória da realidade . 

Tempo de transcender!

       E sabe de uma coisa? É quando você reconhece os seus limites, as realidades insuperáveis, a imponderabilidade dos eventos da vida, que as coisas começam a lhe surpreender. 

       Mas, isso, eu vou deixar que você descubra por você mesmo. Para que estragar a festa, não é verdade? 

Até mais!


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