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Por que tememos a rejeição?


Olá, pessoal!


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Rejeição ou autorrejeição?


       Quem não tem medo de ser rejeitado? Esse é um grande problema que geralmente prejudica muito a autoaceitação, tema do qual tratamos no post anterior

       No post convidado dessa semana, uma história de vida vai nos mostrar que é exatamente a partir da rejeição que podemos começar a nos perceber melhor e ver que não adianta tentar ser o que não somos. 
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Berni Sewell

Foi o que fez Berni Sewell. Hoje ela é uma profissional bem sucedida devotada a ajudar outras pessoas a descobrirem o seu valor pessoal a qualquer custo. Mas nem sempre foi assim.




       E sua história de autodesprezo começou lá onde começa a de muitos de nós: na escola.

       "Precisamos conversar com você". 

       Assim Berni foi abordada, na sexta série, pelo o que ela chama o "esquadrão da morte". O grupo de treze garotas, algumas que ela até considerava amigas, por meio de uma, declarou:

       "Nós achamos que você é metida e estranha, está sempre com a cara enfiada em um livro, e sua roupa é de dar vergonha. Você não se encaixa aqui. Faça um favor e fique longe de nós ".

        As meninas se afastaram e foram tagarelar do outro lado da sala como se nada tivessem feito. Isso acabou com Berni. Ela finalmente se percebeu como alguém desprezível e sem valor, pensou. 
       Ela aguentou as aulas seguintes, e sem chorar, foi para casa. 
      Lá, quando perguntada pela mãe como tinha sido o seu dia, ela desabou em prantos. E fez isso por meses, toda vez que ia deitar.

       A mãe de Berni lhe diria que ela não precisava andar com garotas tão superficiais com as quais ela não combinava. E embora isso fosse certo, a realidade era dura para a jovem Berni.
       
       Berni sofria porque queria se enturmar, participar das festas e dormir na casa das amigas. Como era triste para ela ser escolhida por último na hora dos jogos.

       Berni então abraçou uma estratégia. Passou a imitar os jeitos e trejeitos das outras meninas, e quais seriam os requisitos para ser aceita no grupo. Passo a passo, ela foi pegando o jeito. "Clube das descoladas, aí vou eu!", pensava Bernie.

       Ela pediu para a sua mãe lhe comprar a calça jeans da marca da moda, para não correr o risco de ser esculachada. Deixou os livros de lado e começou a participar das conversinhas vazias durante os intervalos. Engolia as próprias opiniões para se adaptar à visão dominante do grupo. Bernie chegou a realizar atividades que odiava, com um único desejo em mente: ser aceita. E ela estava disposta a se sacrificar por isso.

       "E eu consegui. Meus interesses e comportamentos assimilados se transformaram em uma nova versão de mim que finalmente foi aceita (ou pelo menos tolerada) como parte do grupo. Intervalos solitários, horas do lanche deixada de lado, isolamento involuntário - isso não me pertencia mais. Eu atingi meu objetivo.

O que eu não sabia, então, é que o custo da aceitação superava, de longe, os benefícios

Levaria um tempo até eu descobrir.

       Treze anos depois, enquanto estudava em Viena, Berni recebeu um ligação. Era o seu namorado. 
   
       "Precisamos conversar".

       Berni tremeu na base. Pois a frase não só lhe era familiar mas a remetia à experiência da rejeição feita pelo "esquadrão da morte" na sexta série. 
        Não podia estar acontecendo de novo. 

       "Eu não amo você mais"

       Sim, estava acontecendo. E ele já tinha arrumado até outra pessoa e, na mesma noite, deixou o apartamento. Berni caiu em desgraça, descrente, perdida em questões antigas.

       Ela se perguntava porque acontecera de novo, já que ela tinha feito tudo o que era preciso para ser aceita

       O que veio a seguir?

       Berni vai contar a sua história (texto original):


       "Mas parecia que não importava quem eu fosse ou fingisse ser, não importava o quanto eu suplicasse e implorasse, não importava o quanto eu mudasse, me adaptasse e me ajustasse para agradá-los, eles sempre me rejeitavam. Porque eu não era boa o suficiente. Nenhuma versão de mim seria boa o bastante.

Eu chorei por dias. Me revolvia com raiva de mim, com culpa e autopiedade. Eu amaldiçoe minha existência inferior e desprezível. Eu me lamentei pela vida que perdi e já me preparava para um futuro de indignidade e solidão.

Mas então, aconteceu algo incrível."


Revela-se o alto preço da aceitação...

Duas semanas depois, eu estava me preparando para ir trabalhar. Abri meu guarda-roupa, e a realidade me bateu tão forte que eu caí das pernas.

Todas as roupas que eu possuía eram bege! Ele me preferia de bege. Ele dizia que não gostava que eu chamasse a atenção. Eu fazia o que ele mandava para que ele não me  rejeitasse. Eu era o que ele queria que eu fosse.

Olhei para as fileiras de camisetas, blusas e casacos bege bem dobrados. Não havia cor, nem personalidade, nem estilo próprio, nem vida. Havia apenas expectativas realizadas, submissão e mentiras.

Eu me rejeitei para ser aceita pelos outros! Meu verdadeiro eu estava acorrentado e amordaçado, sofrendo silenciosamente. Foi quando percebi que a autorrejeição é a mais devastadora das rejeições. Eu tinha que parar!


Naquele dia, em maio de 2005, comecei a viagem de volta para mim. Agora eu quero compartilhar o que aprendi ao longo do caminho para ajudá-lo a descobrir o seu verdadeiro eu. 



1 - A razão fascinante pela qual tememos a rejeição.


Ninguém gosta de ser rejeitado. É uma merda! Mas é inevitável.

Não importa o quanto mudamos, nos dobramos ou nos deformamos, sempre encontraremos pessoas que não gostarão de nós, nos desaprovarão ou que vão nos desrespeitar. Nós sempre enfrentaremos situações em que perderemos, falharemos ou não bateremos a meta. A vida é assim.

Mas nós tendemos a experimentar a rejeição como uma ameaça. E logo cedo eu descobri que existe uma razão científica para tal.

Veja, a necessidade de aceitação está profundamente enraizada na evolução humana. Se nossos antepassados ​​primitivos fossem excluídos do abrigo da tribo, assim que cruzassem com um dentes-de-sabre, eles já eram. A sobrevivência dependia de se manter parte da tribo a qualquer custo.

Hoje em dia, geralmente não corremos o risco de ser devorados por uma fera selvagem quando os outros nos desaprovam. Mas ainda dói! Porque, embora a nossa vida não dependa mais disso, a nossa autoestima geralmente sim.

Nós sentimos que temos valor apenas se outros nos aprovam. A questão é que não dá para ser aceito por todo mundo.

É importante saber que a rejeição não significa que você não é bom o suficiente. Algumas pessoas não combinam. E tudo bem.


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Melhor ser rejeitado do que se auto rejeitar!



2 - Ser eu mesma era mais difícil do que eu pensava.


Quando as pessoas querem nos encorajar, elas costumam dizer: "Tudo vai ficar bem. Seja você mesmo!"

Bom conselho. Mas se você fingiu ser outra pessoa durante a maior parte de sua vida, essa outra versão de você, o personagem, torna-se quem você acredita ser. Uma vez que essa falsa personalidade colapsa, e você descobre que sua vida era uma mentira, o que sobram são dúvidas.

"Quem sou eu? Eu realmente gosto do meu trabalho, hobbies, estilo? Ou os escolhi para agradar aos outros? O que eu gosto? O que é importante para mim? "

Nos primeiros dias, eu me senti perdida, sem objetivo, desamparada. Eu pensei que tinha que me conhecer de dentro para fora, descobrir todas as respostas, me encontrar. Mas o começo de sua jornada de volta para si mesmo é como o início de qualquer relacionamento.

Você precisa se conhecer. Aos poucos. Leva tempo, paciência e muitas conversas honestas. (Sim, com você mesmo!)

Através dessas conversas comigo mesma, eu aprendi que não poderia me redescobrir pelo que eu gostava e nāo gostava. Porque esses eram produtos, só refletiam as preferências e os interesses das pessoas que eu queria impressionar.

Eu tive que investigar o que me deixava feliz. Eu tive que identificar o que fazia os meus olhos brilharem e meu coração cantar. Porque essas eram as coisas que se originaram do meu verdadeiro eu.


3 - Negar meu eu verdadeiro estava me machucando


Ao longo da adolescência e aos 20 e poucos, eu sofri vários problemas de saúde. Agora sei que eles foram causados ​​por minha autorrejeição. Porque todos eles desapareceram depois que eu aceitei meu eu autêntico.

Minha ansiedade social se originou da crença de que alguém poderia me rejeitar a qualquer momento sem aviso prévio. Minha vontade de chorar à noite eram efeito do sofrimento que senti por ter me perdido. Meus ataques de raiva de mim mesma surgiam por eu detestar a pessoa que eu fingia ser, e até mesmo minha bronquite era um sinal de alerta de que eu não estava expressando minha verdade.

Eu estava me machucando tanto emocional, quanto mental e até fisicamente para que outros pudessem me aprovar. E não me permitia ver isso. Ignorei todos os sinais porque meu desejo de aprovação era prioridade.

Eu precisava ser aceita para me sentir digna e jogava a culpa de todas as consequências negativas da minha condição nervosa, ao fato de eu ser uma alma sensível e ao clima extremo dos Alpes.


4. Nunca soube o que queria porque não sabia quem eu era.


Quando o meu namorado me deixou, fazer cena para agradar aos outros era tão normal que eu nem me dava conta. Mas eu sempre estava insatisfeita. A minha vida não tinha sentido e nem propósito.

Eu não tinha certeza do que eu poderia oferecer ao mundo ou o que queria da vida. Às vezes eu me sentava na sala de meu pequeno aparteamento, e pensava: "Eu quero ir para casa". Na época, eu não sabia de onde essa ideia absurda vinha.

Agora eu entendo que não se pode encontrar o seu verdadeira vocação se você não é fiel a si mesmo. Se você pretende ser outra pessoa para ganhar aprovação dos outros, tudo o que você fizer refletirá seus esforços para agradar, atrair e impressionar.

Depois de redescobrir a si mesmo, você vai trilhar o seu caminho ideal. E assim cada decisão tomada ou influenciada por outros, em última instância, será a errada para você.

Encontrar sua direção, suas paixões e propósito depende de começar por aceitar quem você é e apresentar essa pessoa ao mundo.


5 - Perder amigos é inevitável.


E é aí aqui que tudo se complica! Seus amigos, parceiros de negócios, clientes e colegas só conhecem o seu personagem. Mas agora você tem que colocar as cartas na mesa e ser honesto com eles. Eu descobri que essa era a parte mais difícil.

Expor seu verdadeiro eu ao mundo deixa você nu e vulnerável. É impossível prever como as pessoas irão reagir. No meu caso, alguns ficaram desapontados e magoados, outros desprezaram meu verdadeiro eu e sumiram da minha vida, mas a maioria nem sequer notou ou ligou.

A verdade é que algumas amizades podem não sobreviver. E tudo bem. A maioria das amizades não são constantes, eles estão em fluxo.

Seus amigos refletem o que você acredita sobre você. Se suas crenças mudam, as pessoas à sua volta também mudarão. Alguns poucos podem ficar com você para sempre, mas a maioria vai e vem.

Sim, pode lhe partir o coração, mas nenhum amigo valerá a pena negar o seu verdadeiro eu. 
Perder uma amizade nunca  será mais devastador do que perder a si mesmo. E nenhuma rejeição é tão desastrosa quanto a autorrejeição.

Os amigos que não podem aceitar seu eu autêntico serão substituídos por pessoas que amam e respeitam você como você é.


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A chave para uma vida autêntica

Eu sei o que você está pensando. E se não der? E se você nunca encontrar alguém que o ame e aceite?

Não seria melhor ser um fingido enturmado do que um autêntico solitário?

A resposta está na sua autovalorização. Pense nisso. Existem 7,4 bilhões de pessoas neste planeta. É estatisticamente impossível que todos os rejeitarão!

Mas ao longo da sua vida, você aprendeu a acreditar que não é gostável porque não tem nada a oferecer. Que você não merece a aprovação de outras pessoas porque você não é bom o suficiente, e que você só é aceitável se você encobrir seu eu falho e sem valor.

É por isso que sua mente sempre irá alertá-lo. Ele quer protegê-lo contra a dor da rejeição e do desapontamento. Porque um sentimento profundo de inutilidade tornou-se seu estado padrão.

Mas isso não é a realidade! Não é a verdade.

A verdade é que você personifica o próprio valor! Seu verdadeiro eu é lindo, valioso e infinitamente merecedor de felicidade, amizade e amor.

Seu valor é incondicional. Não depende do seu estilo e aparência. Existe independentemente do seu saldo bancário, níveis de sucesso ou de suas qualificações. E isso não se diminui pela falta de aprovação de outras pessoas.

Sim, todos cometemos erros, todos nós fazemos coisas de que não nos orgulhamos, e todos nós somos rejeitados às vezes. Mas, enquanto você fizer o seu melhor para ser uma pessoa amável, amorosa e calorosa, você sempre será suficiente bom!

Uma vez que você aceitar isso, e se aceitar, outros verão a pessoa incrível que você é. As pessoas lá fora vão gostar de conhecer você. Disso eu sei.

Porque eu trabalhei duro para sair de uma existência conformista, reprimida, cheia de ansiedade e bege e me tornei uma mulher feliz com um marido maravilhoso, uma filha linda e amigos genuínos que me amam por quem eu realmente sou.

Eu acreditava que eu era desprezível. Mas não era a verdade. Isso era falta de autovalorização.

Falta isso para você também. Mas isso você pode superar, pode curar. E você pode atrair as pessoas lá fora, que querem conhecer você.


Agora você só precisa ter a coragem de se apresentar. Eu sei que você consegue!

Blog da autora

Até mais!



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Mas afinal, o que é autoaceitação?

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