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Quais as motivações da sua vida? [2018]

Olá, pessoal!

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A melhor motivação é...


       Ano Novo, vida nova. Ah, se tudo fosse tão simples. Uma mudança de dígitos que reinicia um ciclo, convencionalmente estabelecido, não vai trazer muita coisa de diferente para ninguém a não ser que uma série de condições estejam presentes...

       Todo mundo nesse universo do autoconhecimento e do desenvolvimento pessoal sempre bate na mesma tecla de que qualquer novidade na vida de alguém, no ano seguinte, depende muito mais das tomadas de atitudes diferentes e da mudança de hábitos do que dos desejos, das simpatias e das mandigas ativadas no dia 31 de dezembro. Isso é fato. Não se discute.

       E só fazemos quando sabemos o que fazer, ou no máximo serão apenas tentativas inúteis. E para sabermos, precisamos conhecer, nos conhecer

       Autoconhecimento, então, é a condição de possibilidade para que tudo tenha bons resultados. Sem autoconsciência, já dissemos em outros textos, não existe desenvolvimento pessoal nenhum.

        E aqui entra o tema desse texto. Você faz coisas, toma decisões e alimenta hábitos. Tudo isso compõe a sua vida.

       Mas, por que você tem esses hábitos, toma essas decisões e faz essas coisas?

       Há razões. Sempre há. A essas razões vamos chamar aqui de motivações

       Motivo, você já deve ter ouvido ou lido por aí, vem do termo latino movere = mover. Motivação então tem a ver com tudo aquilo que faz você se mexer.

       Se fôssemos perguntar, descobriríamos várias motivações na sua vida. Algumas mais externas do que internas, algumas seriam um misto dos dois. Todas superficiais ou secundárias. Não é dessas "motivações" que estamos falando.
       A motivação da qual estamos falando aqui se refere àquele impulso fundamental que está na raíz de toda a sua ação e reação. Na base do seu comportamento.

       Vamos chamá-la de motivação básica. 

       Qual é a motivação que está na base de todos os seus movimento na vida?

       O insight sobre esse texto nos veio numa conversa. O papo girava em torno do porquê fazemos algo, ficamos com alguém ou nos mantemos num determinado emprego ou lugar.
       Pensando, chegamos à conclusão de que todos nós funcionamos movidos por três motivações ou impulsos.
       Elas podem ser conscientes ou inconscientes. O ideal é que o mais cedo possível tomássemos consciência delas e sobre qual delas predomina ou determina a nossa vida.

      Então, que tal refletir conosco? Quem sabe isso não lhe ajudará a rever, identificar, como também desmascarar a própria mentira que você conta para si a respeito de qual é a motivação, o impulso, que dá as cartas na hora de você ser e fazer o que quer que seja?

       Vamos ao nosso primeiro texto de 2018!


1 - Afeição...

        Vamos começar pelo fácil, pelo óbvio. Todo mundo sabe quando faz uma coisa pela qual tem afeto, pois é quando fazemos o que gostamos. Quando fazemos o que gostamos nos sentimos bem. Temos afeto por aquilo.

       Uma pessoa será mais feliz quanto mais as suas experiências forem alegres, prazerosas e satisfatórias. Achamos que ninguém tem dúvidas sobre isso.

       Sabemos que gostamos de algo quando perdemos a noção do tempo e relaxamos ao fazer aquilo. 
       A Psicologia Positiva denomina isso de "flow" ou fluxo: você se envolve com algo a tão ponto que não vê o tempo passar. Todos já nos sentimos nesse estado (e tomara que esse post seja tão prazerosa que você esteja em flow neste momento).

       A nossa busca existencial mais fundamental é "sermos felizes" em qualquer coisa que façamos, do levantar ao deitar, quando nos vestimos, nos alimentamos e consumimos, estejamos sozinhos ou acompanhados. A nossa natureza tem como único impulso alcançar a sensação de bem-estar. 
       Fugimos da dor, dos dissabores, das dificuldades. Vamos atrás da alegria, do prazer e da satisfação dos nossos desejos. Queremos por perto só aquilo que gostamos, que nos desperta afeto.

       Toda experiência na vida deveria redundar em alegria, embora por hipocrisia herdada do ambiente, nem sempre reconheçamos isso, e cheguemos muitas vezes a enaltecer a dor e o sofrimento como "fontes de sabedoria". A maior das mentiras.

        Na verdade, o sofrimento é um acidente, um penetra indesejado em nossa festa, um estraga prazeres. Sofrer não nos adiciona nada, só nos tira. Sempre. É como um ladrão. Você ganha o que em ser assaltado?

       Não precisamos de muita reflexão filosófica para nos darmos conta bem rápido de que o sofrimento é uma prévia da morte. Perdas, frustrações, limitações, rejeições, decepções, tudo que nos diminui e entristece é morte. Dependendo da pancada (e do material do que é feito o sujeito), ele não aguenta e se vai.
       
       É por isso que estamos  - e devemos estar mesmo - a todo momento, à caça de tudo o que aumente a nossa "potência de agir", para usar a expressão do filósofo holandês Espinoza. Precisamos encontrar o que nos dê alegria. Quando não temos alegria, improvisamos e até fantasiamos. Mas precisamos nos sentir alegres.

       A grande tragédia é que nem todos estamos sempre motivados pelo que nos causa afeto, pelo que gostamos e queremos experimentar de verdade. 

       São outros impulsos que muitas vezes nos arrastam e tornam a vida menos vida. 

Você já leu: 10 benefícios do autoconhecimento ?



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Motivação: faça o que é preciso, mas relaxe também!


2 -  A carência... 


       O termo aqui tem sentido amplo. Ponha aí as suas questões emocionais, materiais, profissionais, sociais, etc.

       Carência. É esse o motivo de você suportar tantos abusos, tantos desaforos, tantas noites de gritaria e bebedeira do seu marido, tantas "mensagens dúbias" dos seus amigos e conhecidos. Que preço a pagar só para suprir as suas necessidades, não? 

       Mas você precisa. Então você paga. 

       É, você não gosta. Não há afeto. Não há prazer. Mas você fica. Continua. Por quê? Porque precisa. Ou acha que precisa. Esse é outro problema. 

       Até que ponto você de fato precisa? Talvez você já tenha se perguntado: será tudo de fato uma necessidade

       Temos, é verdade, muitos momentos de necessidade, de impotência e insuficiência extremos. 

       Mas até quando vai durar toda essa precariedade que lhe submete a tão incômoda situação existencial?

       Bem, você pode começar elencando os porquês de você continuar fazendo e vivendo as coias do mesmo jeito. Uma lista. 
       Veja se de fato há necessidades substanciais que lhe mantém cativo e dependente de tudo isso aí na sua vida. De repente...
       
       De repente você pode descobrir que essa necessidade não é tão grande. Que talvez você possa se virar sem isso que lhe incomoda tanto. Sem esses à sua volta, sem esse emprego, sem essa relação, sem esse cônjuge, sem o que quer que esteja na sua vida que só lhe faz mal...!

       Pense um pouco. 

       Não estaria você acomodado, escravizado à circunstâncias por pura falta de autoconsciência quanto às suas reais condições, possibilidades e recursos?

      Difícil se dar conta disso, não é? Mas saiba que muito mais difícil será permanecer preso a essa situação vitimizadora na qual você está afundado. Essa pode nunca ter fim.

       É claro. Todos nós temos os nossos limites e impossibilidades que nos fazem depender de tantas coisas e pessoas ao longo da vida. 
       Mas deve ser uma necessidade constante também nos observarmos e nos questionarmos para vermos se grande parte dessas limitações já não são apenas fantasmas de uma época que já se foi. 

       "Sempre foi assim", mas não precisa continuar sendo igual para sempre.

       Quem sabe você ainda não se vê como incapaz porque sua autoimagem lhe faz acreditar que é menos do que é. Um dia você pode não ter sido capaz, mas hoje a sua "limitação" pode ser apenas uma imagem distorcida e desatualizada que você tem de si mesmo. 
       Você já foi uma criança, alguém ingênuo ou uma pessoa de pouco preparo intelectual, mas hoje não é mais essa a sua realidade. Você cresceu, mudou, se expandiu. Talvez só não tenha percebido.

       Você deve conhecer aquela amiga sua que permanece num casamento insatisfatório porque ainda acha que tem de cuidar dos filhos. O que ela não percebeu é que eles cresceram e não são mais dependentes de um pai e uma mãe sob o mesmo teto. Essa pessoa tem de acordar e assumir o próximo passo na sua vida. 

       Há aquele empregado que permanece insatisfatório no seu emprego porque acha que depende dele. Mas ele já tem experiência suficiente (e sobrecarga emocional demais) para buscar outro caminho profissional mais feliz. Se no começo ficou para fazer carreira, agora é para manter o padrão de vida que tem, quando chegará a hora de ser feliz, afinal?

       Baseado nos exemplos acima, olhe para você. Analise-se. Você não poderia mudar nada mesmo na sua vida? Será que das cinco ou seis "correntes" que lhe prendem, uma ou duas não estão sendo superestimadas e são realmente necessárias?

       Quando não sabemos separar as nossas carências reais das ilusórias ou passageiras, a nossa vida pode se tornar um peso. Afundados em necessidade, podemos começar a considerar que essa condição é insuperável. E isso vai nos fazendo descer à uma situação onde já não há mais prazer de viver. E aqui chegamos ao nosso último nível motivacional.

>>>Você já leu: 3 fontes de sofrimento para se evitar em 2O18 ?

3 - ...Obrigação

       Essa é a mais horrível das motivações. Ninguém deveria ser nem se sentir obrigado a nada. Ser movido ou impulsionado por isso não é o que chamaríamos de viver de verdade. 

       As violências, são todas obrigatórias. Tudo o que nos humilha, nos indignifica, nos destrói são coisas que experimentamos só por obrigação. Não é à toa que ninguém gosta ou acha que precisa ser violentado de nenhuma forma.

       Imagine você descobrir que tudo o que vive é fruto de obrigações. 
       Mas não deveria ser fácil identificar as obrigações, pelo que eu falei acima a respeito das violências? Sim, deveria, se muitas dessas obrigações não nos tivessem sido impostas disfarçadas de "bons costumes" e tradição.

       As obrigações são curisosas. São todas fruto dos costumes, da tradição e regras inventados por uns poucos para dominar e submeter a muitos. Interessante, não é? Preste atenção na próxima vez que dizem que você é obrigado a aceitar, a fazer, a assumir, a assinar.

       Evidentemente que nem tudo o que aceitamos e fazemos é obrigatório. Já falamos do motivo afetivo e do motivo necessário. Mas note que toda obrigação é imposta, nunca proposta. E a revolta contra ela acarreta penas e castigos. Já percebeu?

       Acontece que a vida e a obrigação não em parentesco. A vida é livre e espontânea em suas manifestações. A vida é flexível na sua dinâmica e expressão. A obrigação é rígida e fixa. 

       A vida nos permite questionar, nos adaptar, nos transformar e mudar tudo a nossa volta, quando novas questões surgem no nosso tempo e espaços. Isso nos leva a repensar tudo o que sempre foi e nos conduz ao que pode vir a ser. A obrigação não deixa.

       Você quer viver? Então, por todos os meios disponíveis identifique, denuncie, se necessário e abandone o impulso da obrigação. Nada que lhe motiva jamais deve ser obrigatório.

       O que serviu não serve mais. O que funcionou para toda uma época e uma sociedade já não inspira as novas gerações. O que funcionava para os nossos antepassados - quem sabe quantas obrigações inúteis! - não precisam continuar sendo doentiamente repetidas.

       Um exemplo é o casamento. Era esse o futuro de qualquer adulto no passado. Por volta dos 30 anos a grande maioria das pessoas já estava casada e com filhos. E por pior que se tornasse a vida conjugal, a separação era algo praticamente impensável

       Hoje as pessoas ainda casam. Mas isso é uma experiência que, se não der certo, tendo filhos ou não, é interrompida relativamente sem traumas. Na dúvida se o casamento vai durar, muitos casais esperam um tempo antes de se tornarem pais. Atitude no mínimo inteligente.

       Por que mudou? Porque percebemos que as experiências da vida, ainda mais uma que nos determinava o futuro, tinham de ser prazerosas, construtivas e benéficas. E não forçadas ou obrigatórias.

       Ninguém nasceu para casar ou ter filhos. Há duas razões pelas quais ainda fazemos isso. Uma, imitamos uns aos outros por sermos gregários. Duas, não descobrimos ainda outra maneira de viver como adultos, à medida que amadurecemos e o tempo passa.

       A obrigação, a imposição de ideias e práticas nos destrói psiquicamente, e jamais deve ser confundida com as necessidades inerentes à vida, sobre as quais acenamos no ítem anterior. 

       As necessidades podem até ser legitimadas. As obrigações, jamais. 

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Motivação: tudo o que é imposto, não dá gosto!


       Se não afiarmos o nosso senso crítico, provavelmente estaremos vivendo sob o peso de alguma obrigação, sem nem nos darmos conta. 

       Corre pela internet um texto que em linhas gerais diz o seguinte:

       As pessoas perguntam se você está casado, se tem filhos, se separou, se está trabalhando ou se está à toa. Ninguém nunca lhe pergunta se você está feliz.

       Nada, nunca, pode ser por obrigação. Se você não faz algo porque gosta ou, no máximo, porque há uma necessidade passageira ou intrínseca para se obter algo, largue a mão disso o quanto antes.

        E aqui nasce um outro tipo de obrigação ainda pior. A obrigação autoimposta. Talvez fruto da sua educação distorcida, do ambiente familiar, social ou por causa da mídia. 

       Obrigação, dizíamos, é destrutiva, alienadora e nada traz para ninguém a não ser angústia e depressão (reativa). 

       A obrigação e sofrimento andam juntosQuantas pessoas estão doentes porque não viveram por si e para si, mas somente para agradar aos outros. 
       Será que você não é uma dessas pessoas? É fácil olhar e reconhecer isso nos outros, em um colega ou parente, mas e em nós? 

       Vida tem de ter qualidade. E jamais ser baseada em obrigações.

       ***

       Agora é com você. Qual a sua motivação básica? É por afeto (gosto), por carência (necessidade) ou por obrigação (imposição)?

      Se é por afeto, parabéns, você é feliz. O que mais lhe dizer?

      Se é por carência, bem, está na hora de ver até que ponto você precisa se manter ou fazer o que faz. E o que já for possível eliminar desse excesso de dependência, elimine.

       Se é por obrigação....você precisa o quanto antes acordar! Reconhecer a sua dignidade pessoal e se libertar desse cenário de morte que lhe cerca. Do contrário, a vida para você será apenas um termo, um conceito compreendido, mas uma experiência jamais vivida.

       Geralmente quem vive apanas para cumprir obrigações vive triste, mal. Se é o seu caso, relaxe. Relaxe por se sentir mal. É sinal de saúde interior, de que você está consciente de sua miséria pessoal. Só precisa aprender a dar os próximos passos rumo à sua liberdade. 

       Que em 2018 a sua motivação seja somente o que lhe faça feliz!

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Motivação: só se mexa por algo que lhe cause alegria!




Até mais!


Leia também:

Você não "tem que"
       
3 fontes de sofrimento para se evitar em 2O18
   


       

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