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Zona de Conforto: afinal, o que nos prende a ela?

Olá, pessoal!

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Zona de Conforto: prisão sem muros!



       Esse post pretende ser um convite à liberdade. 

       Mas antes é um convite à reflexão sobre todos nós e sobre os nossos limites mais realistas.

       É um texto para que você entenda porque não deve se sintir culpado, quando não conseguir se mexer e abandonar a situação que lhe desagrada. 

       Novamente, o tema é a "zona de conforto", da qual já falamos nesse texto

       Mas dessa vez, vamos um pouco mais fundo na questão. Vamos ao âmago daqueles motivos citados no texto linkado acima. Ao que de fato nos prende a essa situação.

       São grilhões poderosíssimos que nos dominam de tal modo que a liberdade se torna um ideal quase inalcançável. 

       Será, no entanto, que esses grilhos, essas cadeias, podem ser quebrados ou superados? Bem, não é tão simples assim.

       Quem não quer ser livre? 

       Viver, sem dar satisfações, sem limites, fazendo, vivendo e experimentando só o que nos agrada? Programar a nossa rotina toda de acordo com os nossos desejos mais íntimos e loucos, voltada exclusivamente para a nossa alegria e prazer

       Perguntas tolas, não...?

       O problema reside bem aí. Como sair, como superar tudo o que nos prende à essa tal "zona de conforto" e irmos em busca da tão sonhada liberdade? 

       Bem, há muita listas de passos motivacionais. 
       Há também os retiros e cursos de "empoderamento". 
       E certamente você conhece os desafios de 21 dias para mudar de comportamento. 

       Nós gostamos de imaginar que as coisas tem um macete que, se descoberto, nos conduz aos nossos objetivos de felicidade. E cada um nos explica como fazer isso de um certo modo. Os best-sellers da autoajuda são assim.

       Depois de tantos livros, palestras e cursos, porém, voltamos à monotonia. Ao mesmo.

       Mas porque tudo isso acaba não funcionando?


       O que de fato nos prende à "zona de conforto"?

       Numa palavra? 

       É o medo. 

       

1 - Medo do desconhecido


       Imagine que você tivesse de mergulhar numa situação onde tudo é imprevisível, incontrolável, estranho.

       Ou como seria dormir e acordar em um ambiente, sob condições nada familiares? Como você reagiria? 

       Você já teve um sonho em que se viu numa situação esquisita, cheia de pessoas e eventos estranhos? 
       Qual foi a sensação? A pior possível, não foi? 
       
       Ou talvez você tenha vivido isso no mundo real. Nossa, você não gosta nem de lembrar!

       Tememos tudo o que não conhecemos, que foge do tradicional, familiar. A sensação de deslocamento e novidade nos apavora. 


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Zona de Conforto: como ir além do conhecido?

       É por isso que não saímos facilmente de onde estamos, por mais doloroso que isso seja. O conhecido é familiar. O familiar é fácil de lidar. 

       Muito raramente nos arriscamos. É normal que seja assim. O corriqueiro, o tradicional nos atrai porque exige menos esforço e nos facilita ações e reações. 

       Então, se é natural ao ser humano se apegar ao conhecido, o que poderia fazer alguém em algum momento optar de se aventurar no desconhecido? 

       O desconhecido nos assusta, porém, porque nos tira algo mais.

Leia também: Zona de Conforto, por que você não sai dessa?

   

2 - Medo da insegurança



       Segurança. Tudo o que fazemos e buscamos é sempre para nos dar ou aumentar a nossa sensação de tranquilidade e conforto, físico e emocional.

       Nós abominamos nos sentir inseguros. 

       A insegurança nos deixa ansiosos, angustiados. Paralisamos. 
       Já notou que você foge ou tenta escapar de qualquer experiência que lhe deixe inseguro, por mais boba que seja? É naturalmente um instinto de sobrevivência e bem-estar. 

       Quando estamos inseguros, até a nossa linguagem corporal nos entrega. Quase qualquer pessoa consegue notar: ficamos quietos, pelos cantos, gestos discretos.


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Zona de Conforto: é uma real segurança?


       Só quando sentimos segurança e podemos prever minimamente as consequências dos nossos passos, relaxamos e tomamos alguma atitude. 
      Só quando o amanhã nos parece garantido, aceitamos ir além do conhecido. 

       A segurança ou ao menos a sensação de segurança é quase sinônimo de vida.

       É da nossa natureza buscarmos conforto, aconchego e segurança. Nunca damos um passo sem garantias de que temos algo a ganhar ali adiante. Ou que ao menos nos mantenha bem. 

       Não é à toa que reza o ditado popular "porque trocar o certo pelo duvidoso?"

       Volta novamente a pergunta: 

       Quem deixaria a segurança de uma situação familiar em busca de algo incerto, inconsistente e, talvez até, inexistente

       Fica evidente que só um louco faria tal coisa. Um louco ou alguém muito decidido. 

       Mas decidido a quê, impulsionado pelo quê?


3 - Medo da solidão


       Quantas pessoas você conhece que vivem e sobrevivem totalmente isoladas? 

       A nossa vida é social, grupal. As nossas cidades, instituições, ambientes são todos projetados para nos juntar. Olhe em volta.

       Gostamos de fazer as coisas junto com outras pessoas. Se temos uma dúvida, algo para contar, corremos para um amigo para resolver e nos abrir. 
       Não vivemos sem os outros, sejam conhecidos, amigos e familiares. Às vezes buscamos até alguém para a vida toda.

       Agora, pense que você de repente decidiu fazer ou viver de tal maneira que ninguém iria lhe apoiar? 
       Algo que mesmo você explicando que seria bom para você, eles estranhariam, julgariam como errado e, se você insistisse, se afastariam deixando você completamente só.

        Você, ser social e gregário, em busca de amor, aceitação e aprovação, agora incompreendido, desprezado e excluído? 


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Zona de Conforto: onde se desenvolve a alienação


       Filmes, séries e livros nos mostram e quase pregam que as pessoas de sucesso são aquelas que divergem, que se levantam contra a maioria, e pensam "fora da caixa". Tudo muito bonito. Inspirador. 
       
       Mas no dia-a-dia a coisa é bem diferente. 

       Tudo o que fazemos, usamos, consumimos é para nos encaixarmos e nos ajustarmos ao meio social o melhor que pudermos. Ninguém quer ser um esquisitão, um "loser", um pária.

       Toda a nossa vida gira em torno da convivência social. Somos inclusive chamados pelos antropólogos e sociólogos de "animais sociais".

       Sem falar de todo o arsenal propagandístico e midiático que nos massacra os ouvidos e olhos a todo momento! 
     Veja  que os produtos que devemos consumir têm apenas um objetivo: nos tornar mais interessantes e bonitos para os outros.

       O comportamento individualista ou solitário nunca é visto com bons olhos. 

       Voltando aos filmes, mesmo quando tratam de indivíduos excluídos e que por algum motivos não tem amigos, dão sempre um jeito de transforma-los e destacá-los. O sucesso é o que atrai a atenção das pessoas!

       Você até tem vontade de quebrar o protocolo, e de ir contra a maioria. Mas, o medo de ficar sozinho é maior. 

      Ainda que você precise muito, sua tendência é travar com medo da crítica, da ridicularização, da solidão. É o normal. 

       Com muita ousadia, pode ser que você tente ajustar as mudanças desejadas aos interesses coletivos, Mas, no fim das contas é a opinião da turma que vai dominar.

       Somos carentes da atenção e do reconhecimento alheio. É biológico. Está inscrito na nossa psiquê. É parte da nossa natureza humana. Felicidade é pertencimento ao grupo.


       Você? 
       Você é uma peça componente do grupo, da sociedade. Tudo o que vier a fazer, terá que de algum modo contemplar o grupo. Caso contrário, nada feito.

        A minoria está sempre errada. Uma pessoa sozinha com suas ideias próprias sempre estará errada. Ainda que não esteja de fato.

       Por tudo isso, medo do desconhecido, da insegurança e de ser reduzido a nada pela sociedade, seguimos fazendo o que se espera de nós.


       Temos assim, duas grandes questões:

     
Questão # 1

       Mas, então, como nos livramos desses medos e crescemos?


       A resposta não poderia ser mais frustrante. 

       Nada. 

       Isso mesmo, não dá para fazer nada. 

       Não dá porque esses medos são inerentes à nossa condição humana, como já destacamos. Eles nos definem. Fomos programados pela natureza para sermos assim. Não os escolhemos. Simplesmente somos assim.

       Todas as técnicas para pressionar essa mudança interior, nos fazer corajosos, nos empoderar para atingirmos metas e sucesso falham por isso.
       Eles até lhe animarão e empolgarão, mas em pouco tempo tudo volta ao que era antes. 


Questão # 2: 

      Mas como vou sair da zona de conforto, se esses medos são insuperáveis? 

       Boa pergunta. 
  
       Agora a coisa fica interessante.

       Só há uma maneira de você alcançar a liberdade, a transcendência, apesar de todas essas travas e limites psicológicos, biológicos e sociais. 

       Será quando:


  •        o conhecido não for mais agradável, 
  •      o seguro estiver lhe sufocando
  •      o grupo estiver lhe matando 

       Duas palavras resumem isso acima:

       Inconformismo e necessidade  





       Se essas duas condições não estiverem maduras o suficiente, não há esperança alguma de mudança.

       Provavelmente é o inconformismo que nasce primeiro. Ele gera a necessidade. Ambos vão se retroalimentando indefinidamente dentro de você. E chegará o dia que eles exigirão se expressar. 

       Nesse dia, nada segurará você.

       Tudo o mais que você ouvir sobre como sair rápido de qualquer situação, por meio de técnicas, estratégias, foco não dá certo por isso. Podem até ajudar, mas não causam a mudança. 

       Porque tudo isso vem de fora. 

       O verdadeiro impulso precisa vir de dentro.

       Quando o inconformismo e a necessidade forem suficientemente grandes dentro de você, você dará o passo, se insurgirá contra todos os medos. E tomará a atitude. 

       Aquela atitude, sabe aquela?

       Enquanto você não chegar a esse ponto,  não será capaz de fazer absolutamente nada!

       Esse é o segredo para não sofrermos muito: lidar com a vida como ela é, falar a sua língua. E a linguagem da vida é o realismo. 

       Sabe qual foi o ditado popular, que resume bem essa ideia e que nos inspirou a escrever esse texto?

       "A gente só se mexe, quando a água bate na bunda!"
  
       Está claro, agora, não? 

       Quando você estiver real, inapelável e irreversivelmente inconformado... 

       Você sairá, se arriscará, discordará, se insurgirá contra tudo e contra todos! 

       Não haverá ambiente desconhecido que lhe assuste mais do que a sua necessidade de explorar novos caminhos. 

       Não haverá segurança e garantias capazes de conterem os seus sentimentos, agora, realmente, "fora da caixa".

       Não haverá medo de exclusão e críticas que lhe manterão escravo de padrões e modelos de vida controladores e alienadores.


       Até esse ponto, até você chegar a essa situação-limite, lamentamos dizer, você não vai mudar

       No máximo, vai desejar, vai querer, até tentar. Mas não vai muito longe. 

       E sabe por que não dá para forçar a saída, por que não é bom "forçar a barra"? 

       Sabe aquilo de "não colocar o carro na frente dos bois"? 

       É verdade. 

       É uma observação sábia porque considera a dinâmica interna do processo de expansão pessoal. Na vida tudo é processo.

       Quantas pessoas você já viu começarem algo, "empoderadas" por um podcast de um guru ou depois de um curso de fim de semana, e logo depois desistirem (você foi uma delas)?

       Foi porque elas (ou você) não queriam de fato aquilo? Por isso abandonaram tudo, frustradas e desanimadas? 

       Pode ser que não. 

       Pode ser - e muitas vezes é - porque elas não estavam preparadas para enfrentar hostilidades e inseguranças. Se aventuraram na dúvida e, em dúvida, acabaram sabotando tudo.

       Apenas estavam "motivadas" exteriormente, mas não interiormente inspiradas.

       Portanto, se você não se sente inconformado o suficiente, necessitado o suficiente para sair do lugar, nem se mexa. Relaxe, se prepare melhor. 

       Você sentirá quando a hora vai chegar.

       Espere o inconformismo ferver dentro de você até transbordar. 

       Aí você sai. 

       E transcende.

       

Até mais!


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Veja também:


Zona de Conforto: por que você não sai dessa?




       
       

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