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Hábitos: a dificuldade em mudar o nosso comportamento


Olá, pessoal!

HÁBITOS: os alicerces da sua vida!



(Esse texto é o primeiro capítulo do meu livro 7 Lições que aprendi sobre Mudança de Hábitos)


A tendência natural da vida é encontrar estabilidade. Na biologia, nos referimos a esse processo como equilíbrio ou homeostase.

(E no dia-a-dia, tudo o que fazemos tem como objetivo nos dar previsibilidade e controle sobre as coisas. Por isso desenvolvemos hábitos. O problema é que às vezes esse processo repetitivo nos impede de mudar, e tratei disso melhor no livro Crescer e Transcender).


Por exemplo, considere sua pressão arterial. Quando ela diminui muito, a frequência cardíaca acelera e força a pressão arterial a ficar em um nível saudável. Quando ela aumenta muito, os rins reduzem a quantidade de líquido no corpo, eliminando a urina. E nesse meio tempo, os vasos sanguíneos ajudam a manter o equilíbrio, contraindo-se ou expandindo-se de acordo.


O corpo humano emprega centenas de ciclos que se retro alimentam a fim de manter a nossa pressão arterial, temperatura corporal, os níveis de glicose, os níveis de cálcio e muitos outros processos em perfeito equilíbrio.


No livro Mastery, o mestre de artes marciais George Leonard aponta que nossas vidas diárias também desenvolvem seus próprios níveis de homeostase. Nós nos submetemos aos padrões de quantas vezes fazemos (ou não) exercícios, com que frequência lavamos (ou não) os pratos, quantas vezes (ou não) ligamos para nossos pais e tudo o mais. Com o tempo, cada um de nós se acomoda a sua própria versão de equilíbrio.


Como no nosso corpo, existem muitas forças e ciclos que moderam o equilíbrio de nossos hábitos.


Nossas rotinas diárias são regidas pelo delicado equilíbrio entre o nosso ambiente, o nosso potencial genético, os nossos métodos de controle e muitas outras forças.


Conforme o tempo passa, esse equilíbrio se torna tão normal que a gente nem vê. Todas essas forças interagem todo dia, mas raramente notamos como elas moldam os nosso comportamento.
Pois é. Isso é assim até que cismamos de realizar alguma mudança.



1) O Mito da Mudança Radical


O mito da mudança radical e do sucesso imediato é muito difundido em nossa cultura. Certos especialistas dizem coisas como: "O maior erro que a maioria das pessoas faz na vida é o de não estabelecer metas altas o suficiente". Ou eles dizem: "Se você quer resultados concretos, então você precisa tomar uma atitude concreta".


Na superfície, essas frases soam inspiradoras. O que não conseguimos perceber, porém, é que quando se procura um crescimento rápido, isso contradiz todas as forças estabilizadoras das nossas vidas.


Recorde-se, a vida tende naturalmente a encontrar estabilidade. Sempre que o equilíbrio é perdido, o sistema vital é levado a restaurá-lo.


Se você for muito além dos limites do seu desempenho normal, praticamente todas as forças da sua vida protestarão para que você volte ao equilíbrio. Se você tomar uma ação concreta, não demorará e um obstáculo enorme se surgirá na sua frente.
Quase todo mundo que tentou fazer uma grande mudança em sua vida experimentou alguma modo algo assim.


Quando, enfim, você consegue manter a motivação para seguir com uma dieta, logo aparecem os seus colegas de trabalho tentando sutilmente “sabotar” os seus esforços. 

Você assume o compromisso de sair para correr à noite, e em menos de uma semana estão lhe pedindo para fazer hora extra. Você começa um novo hábito de meditação e seus filhos (sua mãe, seu irmão) ficam entrando e saindo do cômodo.


"A resistência é proporcional ao tamanho e à velocidade da mudança, e não ao fato dessa mudança ser favorável ou desfavorável".
(George Leonard)


As forças que estabeleceram em nossas vidas o equilíbrio que temos irão trabalhar para nos puxar para trás, quer estejamos tentando mudar para melhor ou para pior.
Em outras palavras, quanto mais rápido você tentar mudar, maior a probabilidade de você se desviar.


Só a busca em si por uma mudança rápida já desencadeia uma ampla gama de forças contrárias que vão se esforçar para levar você de volta ao estilo de vida anterior. Você pode até ser capaz de vencer o equilíbrio no começo, mas logo sua energia vai para o espaço e você retrocede.



2) O ritmo ideal de crescimento


É claro que a mudança é certamente possível, mas só se sustenta dentro de um caminho bastante estreita.


Quando um atleta treina demais, ele acaba ou doente ou machucado. Quando uma empresa cisma de dar uma guinada estratégica muito rápida, a cultura interna se desfaz e os funcionários desanimam. 

Quando um líder político quer impor os seus interesses pessoais a ferro e fogo, protestos se espalham por todo o país e o povo acaba restabelecendo o equilíbrio de poder.
Guarde essas palavras: qualquer sistema vital não gosta de condições extremas.

Mas, felizmente, existe um jeito melhor.

Considere a seguinte citação do especialista em sistemas Peter Senge:

Praticamente todos os sistemas naturais, ecossistemas, dos animais, os das organizações e empresas, têm ritmos de crescimento ideais intrínsecos. O ritmo ideal difere bastante daquele do crescimento mais rápido possível. Quando o crescimento se torna excessivo - como ocorre no câncer - o próprio sistema tentará compensar amenizando-o; talvez colocando em risco até a sobrevivência da organização nesse processo.

Por outro lado, quando você acumula pequenas vitórias e se concentra em melhorias de um por cento (falaremos mais disso adiante), você faz o equilíbrio subir de nível.


É como desenvolver os músculos. Se o peso for muito leve, seus músculos se atrofiarão. Se o peso for muito pesado, você acabará machucado. Mas se o peso for só um pouco além do normal, seus músculos se adaptarão ao novo estímulo e o equilíbrio dará um pequeno passo à frente.


Lembre-se, é o pouco a pouco, é o passo-a-passo que vai construir a vida que você deseja

O avanço paulatino é que faz com que a natureza vá se acomodando às novas condições.


Mais no livro:















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