Olá, pessoal!
Relacionamentos abusivos ou tóxicos são todos os relacionamentos que fazem uma pessoa infeliz. Simples assim.
Neste artigo vamos dar umas dicas rápidas para você identificar no comportamento do seu parceiro ou parceira para ver se ele ou ela é tóxico. Mais especificamente se essa pessoa é do tipo "narcisista".
Não são só as pessoas narcisistas que tornam um relacionamento tóxico, mas geralmente as pessoas mais problemáticas e que transformam um relacionamento numa tarefa estafante e destrutiva são os narcisistas.
*(Este artigo é um trecho do meu livro 4O sinais para você identificar (e se livrar) de um Relacionamento Abusivo).
Quando alguém tira muitas selfies, posta fotos em seu perfil
de rede social ou fala sem parar sobre si durante um primeiro encontro, pode-se
dizer que essa pessoa age ou agiu de modo narcisista.
Esse tipo de narcisismo é comum, e todos o exibimos vez ou
outra como uma forma de autoafirmação para compensar as nossas inseguranças ou
a “falta de jeito” nessa ou naquela situação.
Mas não é desse tipo comum de narcisismo sobre o qual vamos nos
referir neste artigo e com mais profundidade no livro referido.
A intenção desse pequeno artigo é dar algumas dicas para você identificar certas atitudes e comportamentos que exibem as pessoas que sofrem do chamado:
Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN).
É um problema de saúde mental por meio do qual as pessoas demonstram:
· Uma opinião muito exagerada sobre elas mesmas;
· Uma profunda necessidade de atenção e da admiração dos outros;
· Desapontamento exagerado quando não são elogiadas e nem beneficiadas como acham que
merecem;
Segundo a terapeuta especializada em saúde mental Rebecca Weiler, tudo se resume a um egoísmo
extremo, aliada à incapacidade de considerar
os sentimentos dos outros.
O TPN, como a maioria dos distúrbios de saúde mental ou de
personalidade, não é um 8 ou 80. "O
narcisismo se dá em um espectro", explica a Dra. Fran Walfish, terapeuta
familiar e de casal.
O narcisismo, além variar de intensidade, indo do nível leve
ao nível mais grave ou patológico, ele também vem em dois tipos:
O tipo extrovertido, é o sujeito expansivo, charmoso e egoísta, o perfil que todos imaginam quando pensam em uma pessoa narcisista.
O tipo vulnerável que parece completamente o oposto ao primeiro,
é hipersensível e propenso à ansiedade, exibe falta de confiança e parece
introvertido, mas que carrega delírios de grandeza secretos.
Ambos os tipos de narcisistas têm em comum a tendência de
abusar dos outros, manipulando as suas emoções.
O narcisista
extrovertido o encantará e o bajulará até ele conseguir o que quer (e o
pronome "ele" é intencional – o psicólogo Fred Stinson descobriu que os homens têm mais probabilidade de serem
narcisistas).
O narcisista
introvertido evocará sua empatia e pena.
Ambos os tipos de narcisistas irão explora-lo para obterem validação emocional, sexual, social e física.
São nove critérios para o TPN que a edição mais recente do Manual de Diagnóstico dos Transtornos
Mentais lista, mas o documento especifica que alguém só precisa
apresentar cinco desses traços para
ser diagnosticado como um narcisista.
Tais critérios são os seguintes:
Uma noção exagerada sobre a própria importância;
Fantasias desmedidas envolvendo sucesso, poder, destaque, beleza e amores ideais;
Crença de que eles são especiais e únicos, e que só podem ser entendidos e só devem conviver com pessoas (ou instituições) especiais ou de status elevado;
Necessidade de admiração excessiva;
Sentem que têm mais direitos do que os outros e que merecem tratamento especial;
Comportamento interesseiro nas relações interpessoais;
Falta de empatia com os sentimentos e as necessidades alheias;
Tem inveja dos outros ou acreditam que os outros têm inveja deles;
Exibem comportamentos ou atitudes de arrogância e são muito pedantes;
Mesmo sabendo os sinais e conhecendo os critérios "oficiais"
que diagnosticam o TPN, isso necessariamente não facilita a identificação de um
narcisista, especialmente quando você está envolvido romanticamente com um
deles.
Em geral, não é possível determinar se alguém tem esse transtorno,
sem o diagnóstico de um especialista qualificado.
Além disso, quando alguém se pergunta se está namorando um
narcisista, não vai pensar: "Será
que esse indivíduo tem Transtorno de Personalidade Narcisista?"
A pessoa procurará ver se o modo como está sendo tratada é
saudável e se dá para levar adiante aquela relação.
E é aí que mora o
perigo: quando os narcisistas se manifestam na sua vida, eles são bastante
sedutores e envolventes.
Por isso, como nos alerta a pesquisadora da Universidade de Illinois Dr. Suzanne Degges:
“O aspecto mais
perigoso dos narcisistas é que, uma vez que eles “escolhem” você, eles podem persegui-lo incansavelmente até
conseguirem o que querem. Eles são astros da manipulação e podem ser diferentes
em sua capacidade de ler os outros. Se você notar que um pretendente está se
lhe deixando incomodado com as suas exigências ou está tentando se insinuar demais
na sua vida sem você estar preparado/a para deixa-lo/a se aproximar, ouça a voz da sua consciência”.
Então, se você ainda está sendo assediado/a por algum deles,
o ideal é que você nem deixe ele ou ela passar pela soleira da porta.
Se você já está dentro de um relacionamento que considera
abusivo, evite, baseado no que vai ler aqui tentar diagnosticar o seu parceiro.
Não se esqueça de que qualquer convivência mais íntima que
incomode você tem lá seu grau de toxidade, seja a pessoa que provoque isso
alguém que sofra do transtorno narcisista ou não.
Toda preocupação é válida e todo cuidado é pouco, quando a
sua segurança física e/ou emocional estão em jogo.
Fique ciente desde já que quanto mais dos sinais a seguir estiverem presentes na sua relação, menos saudável ela é e mais prejudicial
ela irá se tornar.
De modo geral, os especialistas concordam que a “performance”
dos narcisistas se dá em três fases:
Idealização: é o início, quando eles são puro
amor e encantamento com você.
Desvalorização: é a fase crescente das críticas,
provocações e do desrespeito;
Descarte: o final de tudo, quando eles se dão
conta de que você “não vale a pena” e jogam você fora.
Nenhuma dessas fases, porém, tem período determinado para
funcionar e, às vezes, acontecem em ciclos.
Elas também não são puras em si mesmas. Na fase da idealização,
por exemplo, já podem surgir sinais das outras fases, da mesma forma que na
fase da desvalorização ainda pode haver gestos supostamente de amor e cuidado.
É bom enfatizar que você nunca será
culpado pelas atitudes das pessoas que apresentem comportamentos narcisistas,
mas você é responsável por si e por tudo o aquilo que é
preciso fazer para cuidar do seu bem-estar.
Numa relação, de amor ou qualquer outra, acima de tudo o
indivíduo deve salvaguardar sempre o seu senso
de identidade e a sua dignidade
pessoal.
Isso é inegociável. Ou é assim ou não existe uma relação
equilibrada, mas uma dominação, um sequestro subjetivo, uma subjugação de um
pelo outro.
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